domingo, 1 de junho de 2008

Anos de Chumbo e a Mídia

Seqüelas, maus tratos, atos de tortura marcaram as vidas de pessoas que viveram no período chamado Ditadura. Muitas das vítimas da época já receberam indenizações, outras nem sequer os corpos de seus familiares desaparecidos durante os anos de chumbo. E a pergunta que fica é: como a mídia atuou, e em que ela colaborou para o desenrolar dos fatos do ano de 1968?

Não podemos falar sobre o papel desempenhado pela mídia em 1968 sem contextualizar as circunstâncias nas quais ela estava inserida. Então vamos lá, em 22 de novembro de 1968, foi criado o Conselho Superior de Censura. O principal objetivo era a infiltração de agentes do governo nos meios de comunicação, para descobrir e identificar possíveis notícias contrárias ao regime ditatorial instalado no país. Os funcionários do regime incumbidos desta tarefa agiam, amparados pelo Ato Institucional número cinco (AI – 5), um dispositivo que priva o cidadão do direito a liberdade de expressão.

A atuação da mídia durante os governos militares, mais especificamente a partir de maio de 1968 foi destaque na palestra com o tema “Mídia nos Anos de Chumbo” realizada pela Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte, no dia 29 último. Participaram estudantes dos cursos de Jornalismo e Publicidade, professores e o palestrante jornalista Lélio Fabiano dos Santos. O objetivo foi promover uma discussão sobre a imprensa brasileira no ano de 1968.

Segundo o jornalista Lélio Fabiano dos Santos a imprensa se comportava obedientemente durante a ditadura, se escrevesse algo contra o militarismo ditatorial o jornalista era preso. “A mídia não teve o papel de fazer o movimento acontecer”, diz Lélio Fabiano. Mas ressaltou que “a mídia na década 60 e 70 fez um bom trabalho”, apesar de ser fiscalizada de contínuo. Ele também destacou que os meios de comunicação de hoje tem a função de democratizar a informação.

Durante a palestra também foi comentada a prisão de Gilberto Gil e Caetano Veloso, presos no Rio de Janeiro no dia 22 de dezembro de 1968. Os dois foram acusados de tentativa de “quebra do direito e da ordem institucional”.

Para o estudante Leonardo Martins a faculdade acertou em trazer uma personalidade como o jornalista Lélio Fabiano dos Santos que é uma pessoa de destaque nestes assuntos, na opinião dele. Ele disse que valeu a pena pela questão do conhecimento adquirido na palestra.

A estudante Daiana Barbosa gostou da palestra. “O palestrante foi conciso ao abordar o tema em questão”, diz. As perguntas foram relevantes e os espectadores expressaram bem sua opinião o que provocou um debate de alto nível intelectual para quem estava assistindo a palestra, afirma a estudante.

O sonho de liberdade de expressão dos participantes do movimento de 1968 foi concretizado quando da promulgação da Constituição Federal de 1988. Na qual ficam resguardados também os direitos de “ir e vir”, a “liberdade de imprensa” entre outros na chamada Constituição Cidadã.

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Um comentário:

Kadu Felício disse...

A mídia tem cumprido a sua função social de informar, hoje com maior liberdade que outrora. Isto é um fato positivo na minha opinião.